segunda-feira, 6 de maio de 2013

Memórias - Especial dia das mães


Estranho pensar que há uma época de nossas vidas da qual não temos memórias. Aparentemente, não há muito consenso sobre isso. Alguns pesquisadores dizem que as pessoas começam a se lembrar dos fatos que vivenciaram desde quando têm 1 ano. Outros afirmam que leva mais tempo, pois os ocorridos apenas ficam marcados em nossa mente quando completamos o segundo ano de vida.

Se dependesse de nossos cérebros, não teríamos contato algum com muitas das nossas memórias mais antigas. A primeira palavra, a primeira refeição, o primeiro aniversário, o primeiro dente. Tudo isso estaria perdido, solto no tempo, desconectado de nós. Mas, não está. Em muitos casos, por causa dela, que dá sentido a essas memórias e trata de registrá-las cuidadosamente, nossa mãe.

Como que num passe de mágica, elas fazem todas as pesquisas e teorias sobre a memória cairem por terra. Nossas mães são, desde o primeiro dia, as nossas lembranças. Guardam cada acontecimento nosso tão vivo dentro delas que ao compartilhar são capazes de criar a sensação de que lembramos de cada episódio narrado. Quando falam para o filho sobre a primeira vez que deu um sorriso ou que disse uma palavra, por exemplo, parecem transportá-lo no tempo para diante daquela cena. E, então, pronto. A história vira lembrança. Ou a lembrança vira história, a nossa história. Nem os pesquisadores podem dizer muito bem ao certo.

Não há nada tão pessoal quanto a nossa memória. Apenas uma coisa: a missão de ser guardiã da memória de alguém que ainda não pode lembrar. Cuidar de cada uma das recordações com carinho, transformá-las em álbuns de fotografias, em vídeos – alguns ainda em VHS -, em noites de histórias, em brinquedos guardados, em desenhos enquadrados. Elas não perdem nada. E, assim, se tornam a eterna conexão entre nosso começo, nosso meio e fim.

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