
O fato é que, sem saber se o dia seria quente ou frio, as pessoas passaram a sair de casa com todas os tipos de roupa dispostas em camadas. Assim, se o frio matinal persistisse durante a tarde, era só manter os casacos no corpo. Caso contrário, eles eram descartados e substituídos pelas roupas mais leves que antes estavam escondidas por de baixo deles. Nos dias quentes, logo cedo, era possível ver pessoas carregadas de casacos e cachecóis apertadas nos vagões do metrô.
Quem menos sofreu foram aqueles que trabalhavam de terno e gravata. Para esses, a previsão do tempo nunca fez diferença. Ainda que seguissem sentindo calor nos dias de altas temperaturas como antes, o simples fato de todos os demais humanos desconhecerem a forma como o clima se comportaria durante o dia conferiu um ar de vantagem a esta parcela de engravatados. Houve quem aderisse a esta vestimenta mesmo sem precisar.
Algumas pesquisas indicaram outras tendências surpreendentes. A falta de certeza de que choveria, aumentou a porcentagem de guarda-chuvas levados dentro da bolsa em relação aos dias em que havia sido possível prever que a chuva viria, por exemplo. Outro estudo apontou o aumento na procura por horóscopos. Já que a ciência não dava alguma pista do que aconteceria durante o dia, a astrologia passou a se mostrar como uma alternativa mesmo para os mais céticos.
Como a luz que volta depois de uma queda de energia, a previsão do tempo repentinamente passou a funcionar novamente. Tem quem descreva o ocorrido como um inusitado lembrete para nós, seres humanos, de que a capacidade de prever ou influenciar algum fenômeno externo não é sinônimo de controle, embora alguns tenham a impressão de que seja. O que nos resta é torcer para que o ocorrido não se repita e por mais dias ensolarados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário