quarta-feira, 6 de março de 2013

Reencontro

Era um encontro. Ou melhor, um reencontro.

Alguns encontros fazem com que a gente se sinta como se houvesse borboletas em nosso estômago. Elas ficam lá voando sobre nossa expectativa em relação ao que vamos encontrar e o que a outra parte espera também daquele momento. Os reencontros, por sua vez - especialmente aqueles que acontecem depois de anos de distância -,   têm o poder de fazer essas borboletas se multiplicarem. Neste caso, elas sobrevoam o nosso receio de desconhecer o que já conhecíamos.

Especificamente neste reecontro, ele tinha medo de não reconhecê-la. Devia muito do que era a ela. Ela foi uma das suas principais referências. E se essas referências não fizessem mais sentido?  Juntos, tinham muita história. E se não houvesse mais aquela sorveteria, aquela sala de cinema que oferecia desconto de quarta, as flores nas janelas ou a feira de domingo? Por outro lado, sabia que não era o mesmo também. Tinha mudado, o que  significava que olharia para ela a partir de uma nova perspectiva. Ela também receberia alguém diferente daquele que havia partido anos atrás.

Enquanto esperava as malas diante da esteira, se deu conta do quanto havia levado dela. Desde o jeito de falar até as suas comidas preferidas. Será que ele ainda encontraria aquelas deliciosas panquecas? Ficou se esforçando para lembrar porque mesmo a havia abandonado. Quem sabe aquela visita passageira não se revertesse em algo definitivo. Quem sabe ela não o convenceria a ficar.

Respirou fundo, espantou as borboletas do seu estômago e tomou coragem para descobrir as respostas de suas dúvidas. Abriu a porta do aeroporto e reencontrou ela de braços abertos para recebê-lo, a cidade onde havia nascido.

2 comentários:

  1. Daqueles finais que faz a gente ter vontade de reler o texto todo imediatamente! Lindo!

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  2. Obrigada, Fe querida! Amei saber que você gostou deste post =)!!!

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