quarta-feira, 10 de abril de 2013

Flores

Um buquê de flores e o convite para imaginar quem irá, dentro de instantes, recebê-lo. O rapaz caminha aparentemente apressado na rua com aquele ramalhete todo enfeitado na mão. Na direção de quem será que ele está indo?

Pode ser que hoje seja aniversário da sua mãe. Possivelmente, esse seja um costume da família. Todo ano ele a presenteia com flores. A cada aniversário, uma flor diferente. Ou, então, pode ser que essa seja a primeira vez que o faça. De repente, se deu conta de que ela está ficando mais velha. Quantos aniversários mais será que vai ter? O tempo de comemorar eles e arrancar sorridos floridos dela é agora.

Talvez, seja para sua namorada. Pode ser uma data comemorativa na história do casal. Ou pode ser um presente simplesmente por estarem vivendo aquela história, desses que dizemos que é sem motivo especial, mas que, na verdade, vem transbordando razões para ser dado. Talvez, seja uma reconcialiação. As rosas vermelhas são a sua bandeira branca, seu pedido de trégua. No meio de tantas flores, seu orgulho se perdeu.

Há chance também de estar indo presentear alguém que não pode exatamente agradecer. Aquelas flores podem acabar, dentro de minutos, decorando algum túmulo de quem não está mais por aqui. Ao invés disso, podem terminar dentro de um vaso na sala como decoração para um jantar em que receberá seus amigos. Podem virar enfeite para o cabelo da irmã dele. Ou, ainda, pétalas espalhadas pela casa para um encontro com um amor.

São muitas possibilidades. E pensar que dentro de alguns dias essas flores já vão ter secado e morrido. As chances são tantas para uma vida tão curta das flores.

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